Pesquisa publicada pela Universidade de Cornell fez um cogumelo controlar um robô. Biohíbridos podem ter aplicações na agricultura e na ecologia.
Na última semana, pesquisadores da Universidade de Cornell anunciaram um avanço revolucionário: o desenvolvimento de um robô controlado por um fungo, o que promete transformar a agricultura e a ecologia. Este bio-robô, impulsionado pelo micélio de cogumelos, apresenta uma precisão superior aos sensores eletrônicos na detecção de elementos do solo, abrindo novas possibilidades para monitoramento ambiental e gestão agrícola sustentável.
Como os micélios controlam robôs bio-híbridos
A equipe utilizou o micélio do cogumelo-ostra, a rede de filamentos que transporta nutrientes e se comunica com plantas e outros fungos. Assim como nossos neurônios, o micélio emite sinais elétricos, funcionando de maneira similar a uma placa de circuito (PCB), controlando os movimentos do robô.
Nos testes, os robôs foram submetidos a estímulos como luz ultravioleta, provocando uma resposta natural do fungo ao ambiente. Isso demonstra a capacidade dos bio-robôs de reagirem a fatores externos, como estresse ambiental ou a presença de substâncias químicas, proporcionando uma precisão única.
Aplicações promissoras na agricultura e ecologia
Estes bio-robôs inovadores podem atuar como ferramentas essenciais na agricultura, monitorando com precisão a quantidade de fertilizantes nas plantações e prevenindo o uso excessivo, que prejudica rios e ecossistemas aquáticos. Além disso, os robôs podem detectar mudanças de temperatura e luz, oferecendo uma análise detalhada e confiável do solo.
A sensibilidade dos fungos os posiciona como excelentes bioindicadores, capazes de avaliar a qualidade de ecossistemas inteiros. O estudo de Cornell marca um novo capítulo no desenvolvimento de bio-híbridos, com potencial para transformar práticas agrícolas e ecológicas, oferecendo soluções sustentáveis e inovadoras para monitoramento ambiental.
O futuro dos bio-robôs
A evolução dos bio-híbridos está apenas começando. Este estudo de Cornell se alinha com iniciativas como o projeto OpenWorm, que em 2017 replicou o sistema nervoso de um verme em um robô, indicando que o futuro dos bio-robôs combina biologia e tecnologia para criar sistemas mais inteligentes e integrados.
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