Microdosagem de cogumelos mágicos de acordo com Paul Stamets

Stamets Stack: Como microdosar cogumelos de psilocibina de forma eficaz

Sob a técnica Stamets Stack, uma pessoa toma sua microdose de cogumelos com psilocibina nos primeiros quatro dias da semana, fazendo uma pausa de tolerância nos três dias seguintes.

Quando se trata de cogumelos psilocibina, poucas pessoas têm mais conhecimento do que o renomado micologista Paul Stamets. Desde que lançou seu primeiro livro em 1978, Psilocybe Mushrooms & Their Allies, Stamets se consolidou como uma das maiores autoridades em cogumelos psicodélicos.

Por isso, ao considerar a microdosagem de cogumelos mágicos, vale a pena explorar o cronograma e a rotina que Stamets recomenda. Esse método ficou conhecido como Stamets Stack.

O que é microdosagem e quais são os benefícios?

Microdosagem é o ato de consumir uma pequena dose de uma substância psicodélica, como os cogumelos de psilocibina. A dose é sub-perceptiva, ou seja, não causa efeitos alucinógenos. Em outras palavras, quem toma uma microdose não experimenta uma “viagem”, mantendo sua capacidade de trabalhar, estudar e interagir normalmente.

Apesar da ausência de efeitos psicodélicos visíveis, a microdosagem de cogumelos mágicos é relatada por muitos como benéfica para melhorar a criatividade, reduzir o estresse, elevar o humor e até facilitar a entrada em estados de fluxo.

Esses benefícios parecem ser cumulativos e se intensificam ao longo do tempo. No entanto, é importante lembrar que, embora existam inúmeros relatos positivos, os estudos científicos ainda estão divididos sobre se os benefícios são reais ou se se devem ao efeito placebo.

O que é a Pilha Stamets?

Quando falamos sobre microdosagem de cogumelos psicodélicos, existem diferentes métodos e práticas para seguir. Entre os mais conhecidos estão o Protocolo Fadiman e a Pilha Stamets.

Assim como em qualquer regime emergente de saúde e bem-estar, as melhores práticas de microdosagem ainda são amplamente debatidas. No entanto, essas duas abordagens são amplamente aceitas por entusiastas e praticantes.

O Psychedelic Spotlight já publicou um guia detalhado chamado Microdosing Psilocybin for Beginners in 5 Easy Steps, fortemente inspirado no Protocolo Fadiman, que é outra técnica popular para a microdosagem de psilocibina.

Em resumo, a microdosagem envolve o consumo de aproximadamente 0,1 gramas de cogumelos mágicos secos a cada três dias. A lógica por trás disso é simples: no primeiro dia, você experimenta os efeitos completos da microdose, no segundo dia sente apenas parte dos efeitos e, no terceiro dia, faz uma pausa de tolerância.

Essa pausa é essencial, pois mesmo com uma dose baixa, seu corpo pode desenvolver tolerância à psilocibina. O intervalo entre as doses garante que os efeitos se mantenham eficazes ao longo do tempo.

A Stamets Stack se diferencia em dois pontos principais: a programação e a combinação da psilocibina com outros ingredientes. No regime Stamets, a microdosagem é feita nos primeiros quatro dias da semana, seguidos de três dias de pausa para permitir a recuperação da tolerância.

A lógica da Stamets Stack é que, ao tomar a microdose de cogumelos psilocibina por quatro dias consecutivos, o corpo obtém os efeitos cumulativos da microdosagem psicodélica. Os três dias de pausa no final da semana são suficientes para permitir uma quebra de tolerância, garantindo que o corpo continue a responder de maneira eficaz às doses.

A segunda diferença deste método é crucial. Paul Stamets recomenda não usar apenas a psilocibina ou os cogumelos mágicos secos isoladamente, mas combiná-los com o cogumelo Lion’s Mane (Juba de Leão) e um composto chamado niacina. Stamets cunhou o termo “empilhamento” para descrever essa combinação, dando origem ao nome Stamets Stack.

Como dosar corretamente a Stamets Stack?

Para que a microdosagem funcione bem, é essencial medir os três ingredientes corretamente, especialmente a psilocibina. Tomar uma dose maior do que a recomendada pode resultar em efeitos psicodélicos perceptíveis, o que pode ser contraproducente e afetar sua rotina diária.

Para medir com precisão, você pode usar uma balança de cozinha acessível. Comece com cerca de 0,1 gramas de cogumelos mágicos secos contendo psilocibina. Embora a dosagem possa variar, principalmente para quem tem mais experiência com cogumelos mágicos, essa quantidade é um bom ponto de partida para iniciantes.

Para o Lion’s Mane, Stamets recomenda que você tome entre 5 a 20 gramas de cogumelo fresco, ou 500mg 1000mg de pó de extrato de Lion’s Mane de alta qualidade.

Como lembrete, Lion’s Mane é um cogumelo comestível, sem efeito psicoativo, então você não pode tomar muito dele.

No entanto, mastigar 20 gramas pode levar alguns minutos, por isso recomendamos manter a extremidade inferior, mas isso é apenas uma preferência pessoal.

Quando se trata de niacina (também conhecida como vitamina B3 ou vitamina PP), Paul Stamets recomenda adicionar entre 100-200 miligramas à sua pilha. Para iniciantes, sugerimos começar com a dosagem menor, pois o consumo de niacina pode causar algum desconforto temporário.

Em resumo, para um iniciante na microdosagem, o protocolo Stamets Stack consiste em tomar 0,1 gramas de cogumelos psilocibina secos, 5 gramas de cogumelo Lion’s Mane (Juba de Leão) e 100 miligramas de niacina nos primeiros quatro dias da semana.

Por que adicionar Lion’s Mane e niacina?

Agora que você já compreende o básico da Stamets Stack, vamos discutir o motivo de Stamets recomendar empilhar psilocibina com Juba de Leão e niacina. Segundo Stamets, essa combinação foi projetada para melhorar as funções cognitivas e apoiar a neurogênese (a criação de novos neurônios), embora essas alegações ainda precisem ser confirmadas por estudos clínicos rigorosos.

Ao combinar psilocibina com Juba de Leão e niacina, Stamets acredita que ocorre um “efeito de entourage”, onde a sinergia entre esses três compostos funciona melhor do que qualquer um deles individualmente.

Lion’s Mane é um cogumelo branco, também conhecido como o “cogumelo do dente barbudo”. De acordo com o Double Blind, o Lion’s Mane é “conhecido por apoiar a saúde cerebral ao estimular o fator de crescimento nervoso (NGF), que promove o crescimento, manutenção e regeneração de neurônios”. Além disso, ele pode oferecer benefícios anti-inflamatórios e cardiovasculares, sendo apontado como um potencial aliado na prevenção da demência.

Chamado por Stamets de “cogumelo da inteligência”, ele acredita que o consumo contínuo de Lion’s Mane ajuda a melhorar as funções cognitivas, reforçando a capacidade da psilocibina de promover a neurogênese.

O papel da niacina na Stamets Stack

A niacina, ou vitamina B3, desempenha um papel fundamental no metabolismo energético do corpo. De acordo com o Microdosing Institute, Stamets relata que a maioria da neurogênese ocorre nas extremidades nervosas. A niacina atua como um “agente de limpeza”, facilitando a passagem de compostos como a psilocibina e Lion’s Mane pela barreira hematoencefálica, otimizando sua distribuição.

No entanto, é importante observar que tomar niacina não é recomendado para pessoas com: hipersensibilidade à vitamina B3, doenças hepáticas, úlceras, gota, alcoolismo, pressão arterial muito baixa ou função renal comprometida. Além disso, a niacina pode causar uma sensação temporária de “rubor”, que pode gerar uma leve queimação ou coceira, mas que passa em cerca de meia hora.

Quais são os potenciais benefícios da Stamets Stack?

Stamets acredita que a combinação de psilocibina, Lion’s Mane e niacina pode reduzir a ansiedade e a irritabilidade, melhorar as funções cognitivas e a criatividade, aumentar a socialização e proporcionar um bem-estar geral. Além disso, ele sugere que esses benefícios podem ter efeitos secundários positivos, como o fortalecimento do sistema imunológico e a redução dos sinais de envelhecimento.

Ele argumenta que a Stamets Stack e outros protocolos de microdosagem deveriam ser legalizados e amplamente praticados, como se fosse parte de uma rotina diária de suplementos ou vitaminas. Para Stamets, isso poderia representar o “próximo salto quântico na consciência humana”, levando à evolução da nossa espécie para o que ele chama de “Homo Ascendus”.


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1 comment

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